Vou fazer uma post nesta terça-feira que será uma espécie de quebra-cabeças. São várias notícias que saíram esses dias que indicam que está tudo encaminhado para que o São Paulo consiga no BNDES o empréstimo para a reforma do Morumbi.
Primeiro é essa nota abaixo, que saiu na coluna Panorama Político do jornal O Globo, do Rio de Janeiro. Ela anunciava que os estádios teriam a juros subsidiados para 2014 e que as primeiras cidades que participariam do encontro (na terça-feira) seriam Natal e Brasília.
No mesmo dia, a Folha de São Paulo publicou uma matéria falando que o São Paulo quer entre R$ 80 milhões e R$ 120 milhões do BNDES. O plano de viabilidade econômica apresentado pelo clube prevê que o estádio renda receitas de R$ 80 milhões ao ano em 2024. Atualmente, essas receitas estão em R$ 18 milhões.
Segundo a Folha, o São Paulo já estaria em fase avançada de negociações com o Itaú (que é patrocinador da Copa do Mundo de 2014). Pelo texto do projeto apresentado, o clube ofereceria espaços no estádio como uma das formas de pagamento. No jornal, os juros citados são de 5% a 8,68% ao ano.
Confira a matéria da FSP no site da São Paulo Turismo.
Na terça-feira, a imprensa noticiou que Natal chegou a um acordo com o BNDES. O banco irá financiar 75% do projeto da Arena das Dunas (o equivalente a R$ 400 milhões) com juros de 1,9% ao ano (ficando abaixo da inflação). As cidades terão 12 anos para amortizar os financiamento, com dois anos de carência após a assinatura do acordo.
Confira matéria sobre o assunto que saiu no Portal da Copa:
BNDES libera R$ 400 milhões para a Arena das Dunas
Com juro de 1,9% ao ano, financiamento será liberado para as doze cidades-sede da Copa
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou hoje a abertura de uma linha de crédito de R$ 400 milhões para a Arena das Dunas, palco da Copa 2014 em Natal. A informação é da jornalista Laurita Arruda, do jornal “Tribuna do Norte”. O valor corresponde a 75% do orçamento do estádio.
Com juro de 1,9% ao ano, o financiamento terá doze anos de amortização, com dois de carência, após a contratação. Ainda segundo Laurita, todas as cidades-sede terão direito a esta linha de crédito.
Participaram da reunião com o banco a governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria, a prefeita de Natal, Micarla de Sousa, além de secretários estaduais e municipais.
O encontro faz parte do primeiro ciclo de reuniões do grupo de trabalho do governo federal com as 12 cidades-sede da Copa de 2014 para definir as responsabilidades de cada esfera de governo nas ações e projetos da Copa. O encontro é coordenado pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva, com representantes dos ministérios das Cidades, Turismo e Planejamento.
O grifo do texto deixa claro que os financiamento dos BNDES, nas mesmas condições, são válidos para todas as sedes. Agora, uma outra notícia que vai gerar uma certa polêmica. Fi publicada no site do jornal gaúcho Zero Hora:
Ministro anuncia R$ 5 bi para investimentos em sedes da Copa 2014
Objetivo é acelerar as obras de construção dos estádios
O ministro dos Esportes, Orlando Silva, afirmou em Porto Alegre, durante o III Fórum Legislativo nas Cidades-Sede da Copa de 2014, que na sexta-feira serão liberados R$ 5 bilhões para obras específicas referentes ao Mundial em todo o país.
O dinheiro será disponibilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BDNES) sob forma de linhas de financiamento.
Um dos objetivos dos créditos é acelerar as obras de construção dos estádios. Orlando Silva disse também que a Fifa exige que a construção das arenas não passe de março do ano que vem. Do contrário, o Brasil pode passar de 12 para 10 sedes, conforme a Fifa já sinalizou. Inter, Atlético-PR e São Paulo, que possuem estádios particulares, poderão captar os recursos do BNDES com isenção de impostos federais, conforme promessa do ministro.
Bom, sinceramente algumas coisas não parecem muito justas. Por exemplo, porque dar esse beneficio para os estádio que serão usados para a Copa e não para todo mundo que quiser reformar suas praças esportivas? Isso quer dizer que os estádios de lugares como Goiás, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Pará (só para citar estados fora da Copa) podem continuar tratando mal seus torcedores?
Por outro lado, esses estados e estádios vão gerar riquezas para as cidades, estados e para o país. É natural que o governo encontre uma forma de ajudar com um financiamento (não doação de dinheiro público) com preços acessíveis.
O grande problema veremos no caso das sedes particulares. Em Porto Alegre, o Grêmio negocia também com o BNDES, será que eles terão o mesmo benefício? Em Curitiba, o Coritiba sonha também em modernizar seu estádio. Já em São Paulo, o Palmeiras já tem um parceiro para reformar o Palestra Itália, mas será que essas condições que o SPFC irá ter não são uma concorrência desleal com o clube palmeirense? E o que dizer do Corinthians, que vive sonhando em construir o seu estádio?
O que importa para o São Paulo é conseguir viabilizar a reforma do Morumbi. Uma aproximação com o Itaú pode ser um passo importante para se garantir de vez na Copa. Acredito que foi importante também o clube reconhecer que estava insistindo em fazer menos mudanças que as necessárias para 2014.
Agora, vamos ver o que acontece.
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Bom pro São Paulo, ruim pro Brasil, muito ruim, péssimo!
Escreve ai, estes 5 bilhões ainda vão virar 10…
Raphael,
Não entendi. Você está querendo dizer que o SPFC vai dar um “calote” no BNDES? É isso?
http://www.lancenet.com.br/sao-paulo/noticias/09-09-17/619054.stm?morumbi-14-nizan-guanaes-e-o-‘embaixador’
Publicada em 17/9/2009 às 11:40
Morumbi-14: Nizan Guanaes é o ‘embaixador’
LANCEPRESS!
O São Paulo fechou uma parceria com Nizan Guanaes para ajudar o clube a emplacar o Morumbi como sede da Copa de 2014. Nizan, um dos publicitários mais renomados do Brasil e torcedor do São Paulo, vai ser o responsável pela comunicação do clube envolvendo esse assunto. O dono da agência África terá o cargo de “embaixador” do São Paulo. O acordo foi acertado num jantar entre Nizan, o presidente sãopaulino Juvenal Juvêncio e alguns diretores do clube. O anúncio oficial deve acontecer nesta quinta-feira
É preciso demonstrar viabilidade econômica, o que é muito difícil para os estádios públicos, todos são historicamente deficitários, além do que, os estados e municípios estão acima do índice de endividamento permetido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Rita Camata, ou seja, o limite é de até 1,2 vezes a Receita Corrente Líquida, no caso o município de São Paulo está acima de 2,0, ou seja, não pode contrair novos empréstimos, além da queda de arrecadação em 4 Bilhões R$ causando sérios danos à LDO aprovada em 2008, fico imaginando os demais Estados e Municípios em que condição estão..
Quanto aos clubes com estádios particulares acho temeroso endividarem-se no porte que a FIFA está exigindo, já possuem débitos previdenciários e bancários que afetam muito a capacidade de pagamento desta nova empreitada, portanto devem ter mais garantias de patrocínios para cobrir este novo endividamento, e demonstrarem capacidade econômica..
De qualquer forma, o Governo Federal do Presidente Lula está contemplando projetos megalômanos, pois financiar até R$ 400 milhões, correspondendo a 75% do valor do projeto, significam que os projetos podem atingir até R$ 533 milhões, por isso MG alterou o projeto de R$ 900 milhões para reforma do Mineirão para R$ 450 milhões, eles já sabiam disso, e como o avalista é o próprio governo estadual, o pagamento do empréstimo será com dinheiro público, além do dinheiro do Ministério do Turismo para reforma do Jacaré de Sete Lagoas e do Indepência do América, penhorado.
No caso dos estádios particulares, o banco repassador é quem dará as garantias do pagamento com seguro, o que é norma do BNDES, se não ocorrer o pagamento a seguradora paga o BNDES e cobra do clube, é lógico que este seguro é oneroso, mais a parte do banco repassador, acho que no final os juros serão bem mais elevados aos clubes do que os demonstrados.