São Paulo e BNDES se reúnem nesta segunda-feira – Blog do Birner

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O blog do Birner publicou na tarde de domingo (2) o que já havia saído no Lance na semana passada. Ele deu alguns detalhes de como será o encontro do São Paulo com BNDES na manhã desta segunda (3).

O interessante é que todas as cidades contempladas como sedes para a Copa de 2014 foram chamadas para um encontro semelhante. A grande diferença é que São Paulo, Curitiba e Porto Alegre são cidades que terão estádios particulares na Copa do Mundo. E isso faz muita diferença.

Só não sei como será essa relação de clubes com um empréstimo público. O passado mostra que as agremiações, principalmente no futebol, não são as melhores pagadoras. Por outro lado, os estádios são de clubes considerados exemplos de boa gestão e que tiveram lucro em seu balanço financeiro nos últimos anos.

Só que 15 anos parece um prazo muito apertado. Se o São Paulo pegar R$ 300 milhões (para exemplificar, vou fazer a conta sem juros) teria de pagar R$ 20 mi por ano. Isso é muita coisa. O clube precisaria por muito tempo comprometer uma boa parte de seu orçamento. Então, o prazo deve ser bem maior do que isso.

Outra saída é elevar consideravelmente as receitas do clube. Pelo o que ouvi de uma entrevista do Juvenal Juvêncio na Rádio Globo, o clube receberá este ano R$ 11 milhões a mais do que no ano passado das receitas de PPV. Novos patrocinadores, parceiros, shows, etc. Tudo isso precisa aumentar para ter um faturamento superior a R$ 200 milhões para que não pese demais nas contas.

Uma hipótese que parece possível é que o São Paulo esteja usando o aval do BNDES para poder apresentar para a FIFA, ou está servindo de intermediário para que seus parceiros privados tenham recursos para investir no estádio.

São Paulo e BNDES se reúnem nesta segunda-feira

O assunto é o financiamento que o clube pedirá para reformar o Morumbi.

O encontro será ás 10hs no Ministério do Esporte e terá a participação também de representantes do Governo do Estado e da prefeitura.

O clube foi convocado para a reunião pelo Ministro Orlando Silva.

Outras 11 cidades que receberão as partidas da Copa do Mundo também foram chamadas para reuniões com o BNDES nos próximos 2 dias.

As que contam com estádios públicos oferecem a conta tributo (governo federal repassa os tributos ao governo estadual diretamente) como garantia.

Mas São Paulo, Internacional e Atlético PR precisam provar que podem pagar o financiamento com receitas próprias, o que é bem mais complicado.

O que diz o São Paulo?

Pedirá entre entre 250 e 300 milhões (a obra está estimada em 135 milhões mais o valor da cobertura que é de cerca de 120 milhões)

Representantes do clube dizem já ter as garantias necessárias para oferecer ao BNDES de contrapartida.

Se baseiam nas receitas do Morumbi. O estádio deu lucro de R$ 16 milhões ano passado.

Nesta conta, não estão inclusas as rendas dos jogos ou qualquer receita do time de futebol.

A locação de camarotes, lojas temáticas, restaurante, e do estádio para shows foram responsáveis pelo sucesso financeiro do espaço.

No plano, está prevista a construção de mais camarotes, lojas e até uma academia de ginástica.

De acordo com o próprio São Paulo, este lucro será elevado para 30 milhões anuais.

É em cima deste valor que fez a conta.

O BNDES costuma pedir que os financiamentos sejam pagos em 15 anos.

O São Paulo tentará aumentar o prazo.

Confira no site

O trânsito e a Copa

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Um dos problemas que as grandes capitais brasileiras vão enfrentar durante a Copa do Mundo de 2014 é com o trânsito. Não importa o quanto for investido nessas cidades, sempre haverá a necessidade de alguns ajustes apenas para o período dos jogos.

Fiz alguns levantamentos com base na tabela dos jogos da Copa da Alemanha e com base na tabela já divulgada para 2010 (apenas os locais e horários dos jogos, é claro).

– Na Alemanha, os jogos passaram no Brasil as 11h, 13h, 12h e 16h. Na África do Sul serão as 8h30, 11h e 15h30. Como os jogos são da Fifa, e o interesse é que eles tenham o melhor horário possível para seus “consumidores”, acredito que o horários das partidas em nossa Copa será igual ao que vimos em 2006. Ou seja, mais ou menos 11h, 13h, 12h e 16h.

Outra ponderação relevante. Na Alemanha, Copa que teve 12 sedes, mas é um país menos é mais igual que o Brasil, oito cidades tiveram cinco jogos e outras quarto tiveram seis (Munique, Berlim, Dortmund e Stuttgart). Na África do Sul, com 10 sedes, essa divisão é bem desigual. Tem estádio que terá oito jogos e outros quatro. Sendo que a cidade de Johanesburgo, com duas sedes, receberá 15 jogos.

Penso que no Brasil será uma mistura do que aconteceu na Alemanha e o que vai acontecer na África do Sul. Pela importância econômica e infraestrutura, imagino São Paulo e Rio de Janeiro com sete jogos. Nesse caso, todas as outras sedes teriam apenas cinco partidas.

E como fazer com que os jogos, nos horários que citei, em grandes cidades, como São Paulo e Rio, não sejam prejudicados e não afetem o já conturbado trânsito das capitais? Pensei em algumas coisas:

– Férias escolares durante o período da Copa do Mundo (que será entre junho e julho);
– Férias coletivas para funcionários públicos de serviços não essenciais;
– Recesso parlamentar em todas as esferas durante o mês da Copa;
– Propor para que as empresas, nos casos possíveis, também dêem férias coletivas;
– Ampliação da frota de transporte coletivos;
– Restrição a circulação de veículos com menos de três pessoas.

Enfim, são só algumas idéias que tive. Imagino que muita coisa já deve ter sido pensada, como férias escolares na época. Mas, outras podem ser negociadas. Como uma mudança no horário de trabalho, para mudar o horário de pico do trânsito. Ou que os jogos nas grandes cidades sejam aos sábados e domingos. Quando não for possível, cria-se um feriado para esse jogo (por exemplo, se a abertura fora em São Paulo, será numa sexta-feira. Nesse dia será feriado. Outros jogos, na capital seriam em horários menos complicados, como 11h ou 12).

Estádios da Copa podem ficar 300% mais caros – Portal da Copa – 01/07

Elefante-Branco
Apenas dois meses após a definição das doze cidades que receberão os jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014, os gastos projetados para a construção e reforma dos estádios do Mundial já subiu mais de 300%, segundo arquitetos ouvidos pelo portal Copa2014.org.br. O salto dos valores, que já chegam a R$ 10 bilhões, explica-se de um lado pelo início da fase de detalhamento dos projetos e também pela inclusão de coberturas em todas as arenas, conforme recomendação da federação internacional.

Em 31 de maio, quando a Fifa anunciou as cidades-sede, o custo estimado das reformas e construções dos estádios divulgado pelas candidaturas não passava dos R$ 2,8 bilhões, excluída a reforma do Mineirão, em Belo Horizonte, e a construção de um novo estádio na zona metropolitana de Recife. Antes mesmo do anúncio das cidades, levantamento do jornal “Folha de S.Paulo” já apontava gastos 67% maiores, então estimados em cerca de R$ 3,7 bilhões.

A cobertura é um dos grandes vetores da arrancada de gastos. O item não é obrigatório, mas todas as candidaturas apresentaram estádios com cobertura total das arquibancadas para somar pontos na escolha da Fifa e da CBF. Outro fator que influenciou a subida de custos foi a mudança de fase dos projetos. Em maio, as candidaturas apresentaram apenas o conceito das futuras arenas da Copa. Agora, partem para o detalhamento dos projetos, fase em que os valores se aproximam do custo real.

A reportagem do portal Copa 2014.org.br apurou também que, além do Maracanã, pelo menos outros dois estádios terão gastos superiores a 1 bilhão de reais. Outro projeto que teve seus custos elevados foi o Morumbi, em São Paulo. Depois que o estádio recebeu críticas do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, o investimento necessário para adequá-lo às exigências da entidade aumentaram 220%, passando de R$ 180 milhões para R$ 400 milhões.

Mudanças
O custo não foi a única mudança nas arenas da Copa desde que a Fifa definiu as doze cidades-sede. Em Cuiabá (MT), o comitê local substituiu o escritório Castro Mello Arquitetos pelo GCP Arquitetos logo após a confirmação da cidade como uma das sedes. O projeto do estádio José Fragelli (Verdão) foi completamente reformulado, o que levantou dúvidas sobre os critérios técnicos para a escolha.

Segundo o presidente do comitê, Yuri Bastos, as mudanças ocorreram “para simplificar o projeto e reduzir gastos”. No entanto, o novo projeto está orçado em R$ 430 milhões, enquanto o antigo previa gastos de R$ 350 milhões, segundo o Sinaenco (Sindicato Nacional da Arquitetura e Engenharia).

O Ministro dos Esportes, Orlando Silva, tem insistentemente alertado as cidades que sediarão o Mundial de Futebol para que as arenas sejam modestas e avisa que o governo federal não dará seu aval a projetos megalômanos.
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Essa notícia não surpreende ninguém.  Era claro que havia algumas coisas erradas nos valores apresentados. Do jeito que estava, existiam projetos modernos orçados em R$ 400 milhões, R$ 500 milhões. O que fazia parecer a reforma de estádios como o Morumbi e o Beira-Rio muito caros.

Só que aos poucos as notícias vão ficando mais claras. Agora fala-se de 3 estádios custando mais de R$ 1 bilhão. Um deles é o Maracanã. O outro deve ser o Mineirão. O terceiro eu ficaria entre Brasília, que tem um lindo projeto de construção, e o colosso que deve ser a cidade do futebol em Recife.

Para se ter uma idéia, diversos estádios da Copa da África custaram cerca de R$ 1 bilhão. E aqui não seria diferente.

Isso mostra que o dinheiro necessário para a construção de um novo estádio em São Paulo, levando em conta toda a infra-estrutura necessária, também passaria de R$ 1 bilhão. E que seria boa parte de dinheiro público.