A matéria principal da Folha de S. Paulo (claro que de esportes) fala sobre a possibilidade da Fifa excluir até duas cidades sedes até o final deste ano. Essa é uma informação que circula já faz um tempo e eu considero que tem um grande risco de acontecer. E esse risco passa a ser maior levando em consideração que nove dos 12 estádios escolhidos para 2014 são públicos.
O grande problema de ser público é que depende de prazos e burocracias. Para o São Paulo, por exemplo, fazer uma obra no Morumbi, ele contrata uma empresa e pronto. Para o governo de Minas fazer no Mineirão precisa fazer licitação. Isso é um tempo a mais.
Mas, não é só a burocracia que preocupa a Fifa. Ela tá de olho na saúde financeira dos estados e a capacidade de realmente bancar a construção das arenas. Para mim, a construção é até a parte mais fácil. O problema é o pós-2014. Se a entidade de fato se preocupa com isso, tem muita gente correndo risco de ficar fora.
A única questão que precisa ser levantada para essa matéria é que os estádios modificaram seus projetos na sexta-feira passada. Então, algumas coisas podem ter mudado.
Segue a matéria:
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Fifa pode excluir até duas sedes da Copa-14
Atrasos e capacidade financeira devem reduzir a dez as cidades no Mundial
Insatisfeitos com projetos e descrentes quanto ao financiamento, executivos da entidade e organizadores já estudam a mudança
A Copa de 2014 corre risco de encolher. Executivos da Fifa e do COL (Comitê Organizador Local) podem eliminar até duas cidades antes do fim do ano, reduzindo o total de sedes a dez.
O atraso no cumprimento dos prazos exigidos pela Fifa e a desconfiança dos estrangeiros com a saúde financeira dos Estados para bancar as obras são os principais pontos de descontentamento da entidade.
Nenhum dos nove governos estaduais lançou o edital de licitação das obras das arenas do Mundial até a última segunda, como estabeleceu o COL.
Por terem estádios privados, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre estão livres da exigência.
Na sexta-feira, os projetos dos estádios teriam que ser apresentados ao COL. Os documentos foram entregues, mas ainda não foram examinados.
Se considerados insatisfatórios, os projetos podem ser excluídos. As cidades não seriam substituídas e se chegaria a um total anteriormente previsto pela Fifa (que as aumentou para 12 após pressão da CBF).
O número é o mesmo da Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. Já na África do Sul, local do próximo Mundial, dez cidades abrigarão jogos.
Por causa da série de atrasos, o COL teme um vexame em 28 de fevereiro, data estabelecida para o início das obras nos estádios que vão abrigar o torneio.
A preocupação é com a capacidade financeira de execução das obras de algumas cidades menores. Cuiabá, por exemplo, já mudou o projeto duas vezes em menos de seis meses.
Estádios como os de Natal, Recife e Manaus, que foram apresentados apenas em maquetes, também deixam os organizadores temerosos.
Sem conseguir atrair parceiro privado, o governo do Amazonas já anunciou que bancará sozinho a pesada obra do novo Vivaldão, que terá capacidade para 47 mil pessoas e já foi orçada em R$ 400 milhões.
Os executivos da Fifa também não gostaram de alguns projetos. Pelo menos duas cidades pretendem construir “”puxadinhos” em seus estádios para abrigar os jogos da Copa.
Salvador e Cuiabá apresentaram no mês passado seus projetos com parte da arquibancada sendo desmontada após a realização do campeonato. Os projetos não foram vetados na hora, mas dificilmente deverão emplacar. Nenhum estádio adotou estrutura semelhante nos últimos Mundiais.
Para tentar receber jogos das semifinais da competição, o estádio da Fonte Nova, em Salvador, projetado para 50 mil torcedores, teria um novo setor de arquibancada de estrutura móvel para chegar à capacidade de 60 mil espectadores. Custará cerca de R$ 500 milhões.
Já em Cuiabá, o Verdão terá parte da arquibancada erguida “”em estrutura desmontável”.
Segundo o arquiteto Sérgio Coelho, a estrutura, que existe em competições de futebol de praia organizadas pela Fifa, seria aparafusada no concreto e depois retirada do estádio.
Pelo projeto, o Verdão ficaria com uma capacidade para cerca de 40 mil pessoas durante a competição internacional que seria reduzida após o evento para cerca de 30 mil.
A explicação para encolher o Verdão é que o futebol local não tem capacidade para atrair tantos torcedores. O orçamento é de R$ 440 milhões.
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