Eu não gosto de falar sobre questões políticas relacionadas à Copa do Mundo de 2014. Mas a notícia a seguir envolve diretamente o poder público brasileiro. Como era já esperado, o Governo Federal, juntamente com as esferas estaduais e municipais, discute o que é necessário para lançar o chamado PAC da Copa.
Independentemente das questões eleitorais, políticas e partidárias não vejo muita lógica nisso tudo. Os estados e cidades já estão se mexendo, preparando seus projetos e, em muitos casos, já fazendo as obras de infraestrutura com vistas em 2014.
Claro que a grande intenção de um PAC para a Copa é organizar os investimentos e priorizar o que precisa ser feito até 2014. Só que somos um país muito grande. Não podemos centrar as atenções somente nas 12 cidades e nas que serão beneficiadas direta e indiretamente com a Copa.
É uma questão complicada e que esbarra no discurso dos que são contrários à realização da Copa no Brasil. Muitos dizem que o Brasil deveria ter mais preocupação com a saúde, educação e a pobreza. Não compartilho desse ponto de vista, mas acho que as obras precisam ser feitas projetando o país como um todo.
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Governo prepara PAC para Copa do Mundo de 2014
O grupo de ministros das pastas envolvidas com a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 se reúne na próxima semana para discutir medidas que serão adotadas com o objetivo de preparar as cidades que vão sediar os jogos. O conjunto de ações está sendo chamado de Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa e será analisado antes da convocação de prefeitos e governadores.
Em entrevista à Agência Brasil, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, informou que será adotado o mesmo procedimento que precedeu a divulgação dos PACs da habitação e do saneamento. “Vamos chamar, conversar, a partir da carteira de projetos que já foram selecionados por nós”, disse Fortes. Ele acredita que ao longo de setembro, o governo federal poderá divulgar as ações de consenso.
O ministro destacou que terão prioridade no PAC da Copa de 2014 os projetos considerados estruturantes, que são mais módicos e têm entrosamento entre os diferentes modais de transporte. “Que possam ficar como legado para a população e tenham relação direta com a Copa.”
O grupo vai analisar também a parte que será do Orçamento Geral da União, o que será contrapartida dos estados e prefeituras, além de fontes de financiamento. O ministro lembrou que o cronograma da Copa deve estar concluído até 2013.
Ele lembrou que também deverá ser apreciada a questão da operação pós-Copa. “Qualquer modal que seja proposto – seja VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), BRT (vias expressas para ônibus) ou mesmo metrô – a operação não é só para os jogos da Copa. É também para pós-Copa. É preciso ver, então, se a operação vai ser sustentável”.
Marcio Fortes lembrou ainda que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) exige que haja transporte rápido, seguro e deslocamento eficiente das torcidas. “A torcida tem que sair do estádio e chegar ao seu destino com segurança, como também entrar no estádio e dele sair rapidamente. A preocupação não é só com o estádio. É com o deslocamento em torno do local do evento, dos hotéis, dos aeroportos e portos”.
A questão inclui a definição da tarifa a ser cobrada e a formação de parcerias público-privadas (PPPs), disse o ministro. Ele argumentou que a participação da iniciativa privada nos projetos pode ocorrer nas fases de construção, aluguel de ativos, financiamento ou mesmo na operação do sistema. “Isso é algo que vai ter que ser também discutido”, acrescentou.
O Ministério das Cidades cuidará da parte de mobilidade para os jogos, além de saneamento das cidades e, em alguns casos, da questão viária, que inclui a pavimentação para dar suporte ao transporte urbano. Outros ministérios também estão envolvidos com a realização da Copa, entre eles o do Turismo, Esporte, dos Transportes, do Planejamento e da Fazenda, além da Secretaria Especial de Portos, informou Fortes.
Os empreendimentos serão realizados em todas as 12 cidades que sediarão os jogos – Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonnte, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife e Salvador.
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