Governo prepara PAC para Copa do Mundo de 2014 – G1 – 10/8

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Eu não gosto de falar sobre questões políticas relacionadas à Copa do Mundo de 2014. Mas a notícia a seguir envolve diretamente o poder público brasileiro. Como era já esperado, o Governo Federal, juntamente com as esferas estaduais e municipais, discute o que é necessário para lançar o chamado PAC da Copa.

Independentemente das questões eleitorais, políticas e partidárias não vejo muita lógica nisso tudo. Os estados e cidades já estão se mexendo, preparando seus projetos e, em muitos casos, já fazendo as obras de infraestrutura com vistas em 2014.

Claro que a grande intenção de um PAC para a Copa é organizar os investimentos e priorizar o que precisa ser feito até 2014. Só que somos um país muito grande. Não podemos centrar as atenções somente nas 12 cidades e nas que serão beneficiadas direta e indiretamente com a Copa.

É uma questão complicada e que esbarra no discurso dos que são contrários à realização da Copa no Brasil. Muitos dizem que o Brasil deveria ter mais preocupação com a saúde, educação e a pobreza. Não compartilho desse ponto de vista, mas acho que as obras precisam ser feitas projetando o país como um todo.

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Governo prepara PAC para Copa do Mundo de 2014

O grupo de ministros das pastas envolvidas com a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 se reúne na próxima semana para discutir medidas que serão adotadas com o objetivo de preparar as cidades que vão sediar os jogos. O conjunto de ações está sendo chamado de Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa e será analisado antes da convocação de prefeitos e governadores.

Em entrevista à Agência Brasil, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, informou que será adotado o mesmo procedimento que precedeu a divulgação dos PACs da habitação e do saneamento. “Vamos chamar, conversar, a partir da carteira de projetos que já foram selecionados por nós”, disse Fortes. Ele acredita que ao longo de setembro, o governo federal poderá divulgar as ações de consenso.

O ministro destacou que terão prioridade no PAC da Copa de 2014 os projetos considerados estruturantes, que são mais módicos e têm entrosamento entre os diferentes modais de transporte. “Que possam ficar como legado para a população e tenham relação direta com a Copa.”

O grupo vai analisar também a parte que será do Orçamento Geral da União, o que será contrapartida dos estados e prefeituras, além de fontes de financiamento. O ministro lembrou que o cronograma da Copa deve estar concluído até 2013.

Ele lembrou que também deverá ser apreciada a questão da operação pós-Copa. “Qualquer modal que seja proposto – seja VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), BRT (vias expressas para ônibus) ou mesmo metrô – a operação não é só para os jogos da Copa. É também para pós-Copa. É preciso ver, então, se a operação vai ser sustentável”.

Marcio Fortes lembrou ainda que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) exige que haja transporte rápido, seguro e deslocamento eficiente das torcidas. “A torcida tem que sair do estádio e chegar ao seu destino com segurança, como também entrar no estádio e dele sair rapidamente. A preocupação não é só com o estádio. É com o deslocamento em torno do local do evento, dos hotéis, dos aeroportos e portos”.

A questão inclui a definição da tarifa a ser cobrada e a formação de parcerias público-privadas (PPPs), disse o ministro. Ele argumentou que a participação da iniciativa privada nos projetos pode ocorrer nas fases de construção, aluguel de ativos, financiamento ou mesmo na operação do sistema. “Isso é algo que vai ter que ser também discutido”, acrescentou.

O Ministério das Cidades cuidará da parte de mobilidade para os jogos, além de saneamento das cidades e, em alguns casos, da questão viária, que inclui a pavimentação para dar suporte ao transporte urbano. Outros ministérios também estão envolvidos com a realização da Copa, entre eles o do Turismo, Esporte, dos Transportes, do Planejamento e da Fazenda, além da Secretaria Especial de Portos, informou Fortes.

Os empreendimentos serão realizados em todas as 12 cidades que sediarão os jogos – Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonnte, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife e Salvador.

Matérias da Folha de 7/8

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A edição desta sexta-feira (7) da Folha de S. Paulo traz mais ou menos as informações parecidas com o que tinha no O Estado de S. Paulo da véspera. Uma grande diferença é que o próprio BNDES já teria falado com as cidades para que apresentem projetos mais modestos, que seriam mais viáveis e que assim o banco poderia financiar.

A preocupação com essa situação também é da CBF, que considera alguns projetos muito caros. Uma das notícias da Folha fala justamente sobre a necessidade de ter cobertura nos estádios, já que somente é exigida para as partidas de abertura e encerramento da Copa do Mundo.

Com as cidades aceitando rever seus projetos, podem ter certeza de que o Morumbi acabrá sendo um dos melhores. É muito fácil fazer um mega-projeto em 3D, usando computação gráfica e jogando o preço lá no chão. Isso impressiona e faz parecer que um é melhor que o outro. Mas a realidade é diferente.

Sobre a cobertura dos estádios, ela deveria ser exigida mais para os estados onde fará mais frio durante a Copa do Mundo, como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. O fato que cobrir o estádio, além de ser caro tanto para obra quanto para a manutenção gera uma série de gastos adicionais. Um dos problemas é diminuir a incidência de sol, que prejudica consideravelmente o gramado. Outro problema que pode aparecer é o menor aproveitamento da luz natural, fazendo necessário o uso de iluminação mais cedo do que sem a cobertura. Seguem as matérias da Folha:

CBF, agora, admite Copa mais barata

Governo federal e BNDES tentam reverter crescimento do custo dos estádios, que, em média, já ultrapassa R$ 400 mi

Estados vão fazer revisão de projetos e podem excluir coberturas e acessórios, mas revelam temor de não atender exigências da Fifa

Os cofres públicos estão abertos para as reformas de estádios que abrigarão a Copa de 2014. Como consequência, o governo federal e o BNDES iniciaram pressões por reduções de custos nos projetos dos Estados. Tentam inverter uma tendência de alta nos gastos.

A CBF decidiu corroborar a política de diminuir essas despesas. Fez isso após seu presidente, Ricardo Teixeira, mudar seu discurso e prever dinheiro público para as arenas.

Até agora, o orçamento só cresceu. A estimativa inicial da CBF, exposta em documento entregue à Fifa em 2007, era de US$ 1,1 bilhão (R$ 2 bilhões) para gastos com arenas. O custo médio seria de R$ 167 milhões.

Esse valor quase dobrou quando as 17 cidades candidatas anunciaram seus orçamentos e teve novo incremento quando foram escolhidas as 12 sedes. Agora, o custo médio já ultrapassa R$ 400 milhões.

Nesta semana, técnicos do BNDES conversaram com comitês das cidades-sedes sobre possível linha de financiamento para as reformas das praças esportivas. Aos projetos mais caros sugeriram reduções.

“O BNDES apresentou uma possibilidade de redução dos custos. Claro que está de olho na viabilidade. O problema é como fazer. Nossas adequações do estádio foram feitas de acordo com a Fifa”, afirmou o secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia, Nilton Vasconcelos.

O projeto de reforma da Fonte Nova custa R$ 550 milhões, um acréscimo de R$ 150 milhões sobre o orçamento na época da candidatura.

Representantes do Amazonas confirmam o pedido do BNDES de redução de custo do projeto para o Vivaldão, que pode chegar a R$ 600 milhões.

“A meta é reduzir. O Estado terá que fazer um aporte inicial para cobrir um ano de obras. Depois, queremos participação da iniciativa privada”, contou o secretário estadual de Planejamento, Denis Minev.

O Estado já pensa em excluir a cobertura do Vivaldão e reformas viárias em seu entorno. A meta é aproximar o custo a R$ 400 milhões, aparentemente o limite almejado pelo governo para estádios “básicos”.

O projeto do Castelão, nesse patamar, não sofreu pedido de diminuição na reunião com o banco. No caso do Ceará, contribuiu o fato de o BNDES preferir financiar empresas privadas -o Estado quer uma PPP (parceria público-privada).

“Mas o Ceará está em um estágio diferente: não temos nível de endividamento alto. Então, podemos pegar o financiamento [do BNDES] se for necessário”, disse o secretário estadual de Esporte, Ferrucio Feitosa.

Oficialmente, a assessoria do BNDES não comentou as reuniões com os Estados, pois a linha de crédito ainda está em discussão. Mas os pedidos de cortes de custo e a preferência pela iniciativa privada são práticas comuns do banco.

Já o Ministério do Esporte disse ter orientado os Estados para reduções. “Precisamos rever coisas como cobertura e estádios com capacidade superior a 50 mil pessoas. A Fifa só exige isso para os jogos de abertura e encerramento”, declarou o ministro Orlando Silva Júnior à Folha. “O BNDES pode exigir que exista um investidor privado, e não só sugerir.”

A CBF, por meio da assessoria, disse que “é até um desejo da Fifa que as despesas diminuam”, mas ressaltou que não pode interferir nos projetos.

Requintada e cara, cobertura vira maior alvo

A função principal delas é evitar que os torcedores se molhem em dias de chuva. Mas, com projetos rebuscados e caros, viraram alvo preferencial de quem defende corte nos custos dos estádios para a Copa de 2014.
As coberturas das arenas -todos os 12 estádios escolhidos para o Mundial projetaram uma- estão na berlinda. Não sem motivos.

Grande cartão-postal dos projetos dos arquitetos na construção de estádios, elas podem representar 20% do custo total da obra. É o caso, por exemplo, da Fonte Nova.

A cobertura do estádio baiano está orçada em R$ 100 milhões, ou quase o dobro do que custou o novo estádio soteropolitano do Pituaçu, que vai abrigar jogo da seleção brasileira pelas eliminatórias em setembro.

Ela é inspirada no estádio de Hannover, uma das sedes da Copa da Alemanha. No projeto, segundo a descrição de um dos autores, um “sistema de raios e anéis semelhantes, recoberto por uma membrana tensionada de cor branca, leve”.

No Morumbi, a cobertura pode representar praticamente a metade do custo total da sua remodelação.

Mais rebuscado ainda é o plano para a cobertura do novo Vivaldão, em Manaus.

Segundo seus projetistas, a cobertura “combina linhas do trançado de um cesto de palha com o de peles de cobras e lagartos amazônicos”.

A preocupação com a cobertura é tanta que elas podem até receber projetos separados do resto do estádio, como no caso de Brasília, que repassou essa missão a um renomado escritório de arquitetura alemão.

Além dos custos diretos de suas edificações, as coberturas podem causar outros gastos. É o caso do Maracanã.

O provável palco da final do Mundial planeja a instalação de placas para absorver energia solar numa superfície de 23 mil metros quadrados na cobertura do estádio.

Só as placas podem custar quase R$ 50 milhões, e não existe a certeza de que esse valor possa ser recuperado com a economia no uso de energia elétrica. (PC E RM)

Justiça suspende obra de trem para aeroporto de Guarulhos – OESP 29/7

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Um dos principais problemas de fazer todos os projetos de infraestrutura para a Copa de 2014 as pressas é o risco deles serem embargados na Justiça e as obras não ficarem prontas dentro do tempo previsto. Independentemente do mérito de cada ação e da decisão de cada juiz, tudo tem que ser feito da maneira mais correta possível, para que gere o menor impacto possível ao meio ambiente.

O que diz a notícia a baixo é a respeito do Expresso Aeroporto, que é uma das obras mais importantes para 2014. Talvez esse trem tenha uma função mais importante que até mesmo o trem-bala, já que existe uma ligação entre Rio-SP via área. Mas não existe uma boa ligação entre Guarulhos e a capital, principalmente interligando com o sistema de transporte metropolitano.

Pelo menos, dentro do que eu tenho conhecimento, o Expresso Aeroporto é uma obra bem menos complicadas que as demais. Ele aproveita, na maior parte do seu traçado, uma área onde já existe uma linha de trem.

Não tenho conhecimento dos detalhes de projeto. O que é claro que tudo seja feito dentro do melhor para a sociedade. Problemas semelhantes podem ser enfrentados nas obras do TAV Brasil (trem-bala) e no trecho leste do RodoAnel. É esperar para ver.

Justiça suspende obra de trem para aeroporto de Guarulhos

Promotor vê falhas no Estudo e no Relatório de Impacto Ambiental apresentados pela CPTM para obter licença

SÃO PAULO – A Justiça de Guarulhos, na Grande São Paulo, determinou a imediata paralisação de “toda e qualquer obra” relacionada aos projetos do Expresso Aeroporto e do trem de Guarulhos. Na ação civil pública protocolada em maio pelo Ministério Público Estadual, o promotor Ricardo Manuel Castro apontava falhas no Estudo e no Relatório de Impacto Ambiental (Eia-Rima) apresentados pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para a obtenção da licença ambiental da obra.

O governo do Estado considera a ligação férrea entre a capital e o Aeroporto Internacional de Cumbica estratégica para atender à crescente demanda de passageiros do setor aéreo e, principalmente, absorver o fluxo de turistas durante a Copa do Mundo de 2014. O projeto prevê o funcionamento compartilhado de duas linhas, num traçado de 28,1 quilômetros – uma ligando a capital paulista ao conjunto habitacional do Parque Cecap, em Guarulhos, e outra entre a Estação da Luz, no centro de São Paulo, e o terminal de passageiros de Cumbica, sem estações intermediárias e com intervalo fixo de 15 minutos.

O primeiro Eia-Rima da obra já havia sido rejeitado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Na ocasião, técnicos detectaram deficiências que não permitiam a análise da viabilidade ambiental do empreendimento. Um novo Eia-Rima foi apresentado pela CPTM e, em 14 de abril deste ano, o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) expediu a licença ambiental prévia da obra. 

Mas, para o promotor, o segundo Eia-Rima apresenta as mesmas falhas do anterior e, portanto, “é nulo de pleno direito”. A avaliação do MPE é baseada em aparecer assinado pelo geógrafo Denis Dorighello Tomás. “Da leitura e análise deste segundo estudo (…), apreende-se que persistem as mesmas insuficiências apontadas no parecer técnico do órgão ambiental competente referente ao primeiro estudo”, diz o parecer do geógrafo. O promotor destacou que o Eia-Rima não descreve, por exemplo, “as intervenções relacionadas às áreas e localização dos canteiros de obras; remanejamento de linhas; implantação do Centro de Controle Operacional e implantação das oficinas de trens do Expresso do Aeroporto”.

Castro também classificou de “simplórias e generalistas” as informações sobre os impactos da obra na Área de Proteção Ambiental (APA) da Várzea do Tietê, onde está o Parque Ecológico do Tietê. E criticou as análises sobre eventuais riscos à estrutura da Estação da Luz, tombada pelo Patrimônio Histórico. “Limita-se o estudo ambiental a explanar que a estação inicial do Expresso Aeroporto será construída em área atualmente ocupada por oficina de trens da CPTM e que, em razão disso, os impactos serão mínimos”, destacou. “Esquece-se o estudo que desenhos de layout da estação apresentados em seu bojo mostram intervenções no sistema viário desta região e intervenções no espaço urbano atual.” A CPTM pode recorrer da decisão liminar.

O MPE aguarda o resultado do pedido de suspensão da construção do terceiro terminal de passageiros de Cumbica. Assim como no caso do Expresso Aeroporto e do trem de Guarulhos, o promotor Castro e o procurador Matheus Baraldi Magnani encontraram “falhas e vícios insanáveis” no Eia-Rima apresentado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para obter licença ambiental.

Leia a notíca no site

Infraestrutura é adversária do Brasil na Copa de 2014 – Veja

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A reportagem publicada pela revista Veja é um relato da realidade atual do país. Muita coisa terá e precisa ser feita nos próximos cinco anos. As vezes, tenho a impressão que pouca gente dá importância a esses fatores e que acha que dá pra resolver com um “jeitinho”, como tudo no Brasil.

Claro que muita coisa dá para montar soluções provisórias, mas temos que aproveitar a realização de um evento deste porte para trazer benéficos reais e de grande porto ao país. Seria o tal legado que tanto falam.

Bom, como eu já havia dito, a infraestrutura hoteleira é a grande força de São Paulo para receber a abertura da Copa do Mundo de 2014. Segundo a matéria, apenas a capital paulista teria, atualmente, a capacidade de receber o evento.

Confio muito nos esforços das autoridades de São Paulo. Elas já decidiram que não destinar os investimentos públicos para a estrutura do estado e da cidade. Não investir em estádio, por exemplo, é até R$ 1 bilhão a mais para colocar em metrô, avenidas, soluções de mobilidade, etc.

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Dentro de campo, as preocupações do futebol nacional se restringem à prepação do melhor time para a Copa da África, no ano que vem. Fora dele, porém, o que pode fazer o brasileiro perder o sono não é o time de Dunga, mas a estrutura necessária para receber o Mundial aqui, em 2014. Isso porque o Brasil deverá receber no mês em que serão disputados os jogos mais turistas do que costuma hospedar durante um ano todo – e isso vai exigir infraestrutura extra ao país.

VEJA.com ouviu especialistas de algumas das áreas que serão duramente testadas durante os jogos: é o caso de telefonia, transportes, hotelaria e estádios. Eles fizeram alertas sobre gargalos de infraestrutura, como o que pode sufocar a rede de transporte. “O sistema de aviação não está preparado para receber uma Copa do Mundo: temos restrições em terminais de passageiros e pátios de aeronaves”, sentencia Ricardo Nogueira, vice-presidente executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). Os alertas foram repassados às autoridades responsáveis, que apresentaram a sua versão dos fatos. Confira os dados no quadro a seguir:

Os obstáculos e as possíveis soluções para a Copa de 2014

Telefonia

Obstáculos Soluções O que dizem os responsáveis
  • Limitação na tecnologia 3G – que pode levar à pane na rede em locais onde multidões fazem ligações ou enviam fotos e vídeos via celular simultaneamente
  • Instalar mais telefones públicos nas imediações de estádios e investir em antenas e recursos de rede
  • A Anatel não comenta o assunto

Hotelaria

Exigências da Fifa Obstáculos Soluções O que dizem os responsáveis
  • 32.000 quartos por cidade-sede e arredores
  • Só São Paulo atende à exigência – nas demais eventuais sedes, há falta de hospedagens
  • Ampliar e reformar a rede hoteleira, implementar hospedagem em navios ao longo da costa e utilizar hotéis das cidades vizinhas às sedes
  • O Ministério do Turismo aposta em hospedagem familiar, pousadas, albergues e vilas olímpicas como alternativas
  • Falta mão-de-obra capacitada para vagas a serem criadas no setor
  • Formar novos profissionais
  • O Ministério do Turismo está criando cursos de capacitação

Transporte

Obstáculos Soluções O que dizem os responsáveis
  • Estádios mal localizados e sem estrutura de transporte público
  • Sistema aeroportuário operando no limite da capacidade
  • Ampliar aeroportos e linhas de metrô nas cidades-sede
  • A Infraero promete elevar número de pousos e decolagens utilizando capacidade ociosa dos aeroporos. O governo federal promete investir ao menos R$ 7,3 bi em metrôs e infraestrutura de transporte
  • Estradas que ligam cidades-sede em más condições
  • Melhorar rodovias e investir em trem de velocidade média (até 250 km/h) no trecho Rio-São Paulo
  • O trem-bala que ligará São Paulo, Campinas e Rio deve estar pronto até 2014, ao custo de US$ 15 bilhões, em parceria entre governo e iniciativa privada

Estádios

Exigências da Fifa Obstáculos Soluções O que dizem os responsáveis
  • Estacionamentos e hospitais próximos, corredores de circulação adequados, tribunas de imprensa, assentos numerados, vestiários para atletas, árbitros e gandulas
  • Nenhum estádio atende às exigências
  • Reformar os estádios, especialmente nos camarotes, estacionamentos, salas de imprensa, banheiros, e serviços
  • Os responsáveis dizem que os estádios serão adequados: reformas podem custar R$ 10 bilhões, parceria entre governo e empresas
  • Área livre próxima ao estádio para a concentração de torcedores
  • Morumbi (SP) e o Maracanã (RJ), candidatos à abertura e à final da Copa, não têm tal área
  • O Morumbi teria de usar áreas contíguas.
  • O Maracanã, demolir o parque aquático Júlio Delamare

Fontes consultadas:
Telefonia: Ricardo Rodrigues de França, engenheiro eletricista e especialista em telecomunicações
Transporte: Ricardo Nogueira, vice-presidente executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Nicolau Gualda, chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Poli-USP, e Marçal Goulart, superintendente de operações da Infraero
Hotelaria: Alexandre Sampaio, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Maurício Bernardino, presidente da ABIH-SP, e Luiz Barretto, ministro do Turismo
Estádios: Vicente de Castro Mello, coordenador da equipe de arquitetos para Copa de 2014, e Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco)

Detalhes nada pequenos – De acordo com Nicolau Gualda, professor titular e chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), os problemas do setor começam no interior das cidades-sede, que não possuem acessos adequados a estádios nem oferecem ao público condições plenas de deslocamento para restaurantes, hospitais e outros serviços. “Além disso, há problemas no transporte interestadual: as rodovias precisam de ajustes, a malha ferroviária é inadequada e a aeroviária está saturada nas principais ligações do país”.

Marçal Goulart, superintendente de Gestão Operacional da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) garante que os aeroportos das cidades-sede serão melhorados. “Esperamos um crescimento de 30% no movimento das principais pistas, mas descarto completamente a possibilidade de um novo caos aéreo durante a Copa.”

Quartos lotados – O Brasil deve receber durante o mês da Copa cerca de 500.000 turistas estrangeiros. É muita gente para os padrões do turismo local. A cifra é, por exemplo, 10% maior do que o número de visitantes que aportam por aqui a cada ano.

Por isso, Alexandre Sampaio, um dos diretores da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), adianta que a rede hoteleira precisa de investimentos. “Trabalharemos com uma taxa de ocupação de 100% dos quartos”, diz. Para se ter ideia, a média atual do Rio de Janeiro, a maior de todo o país, é de 76%.

Sampaio adianta também os preços da hospedagem em 2014. Hotéis turísticos terão diária de 180 dólares; nos estabelecimentos superiores, 270 dólares; já os pontos de luxo sairão por 350 dólares por dia. Os hotéis terão autonomia para aderir ou não ao contrato de preços da Fifa.

Além do eventual apagão aereo, será preciso correr para evitar o telefônico. Para Ricardo Rodrigues de França, engenheiro eletricista e especialista em telefonia, é possível evitar o pior com mais investimentos das operadoras. “Mas os investimentos para resolver problemas devem começar mais para frente, caso contrário, a tecnologia fica obsoleta até 2014”, diz.

Estádios ‘verdes’ – A situação dos estádios brasileiros é um dos calcanhares de Aquiles da Copa 2014, talvez o ponto frágil mais visível. Vicente de Castro Mello, coordenador dos arquitetos que irão trabalhar pela Copa, admite que nenhuma das construções do Brasil têm condições de abrigar o mundial. “Mas todos passarão por intervenções e adequações”, ressalva.

O diferencial aqui, segundo Mello, será a criação de um modelo tipicamente brasileiro: a chamada eco-arena, um estádio sustentável, com reaproveitamento de água da chuva, reciclagem de lixo, tratamento de esgoto, entre outras medidas. Resta saber se, de fato, haverá dinheiro para todas essas obras, além das prometidas parcerias público-privadas.

http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/infraestrutura-adversaria-brasil-copa-2014-482396.shtml